sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Rumo ao Grande Norte - Video (parte 1 de 12)



Primeira parte da série (de 12 'episodios') sobre a viagem feita em agosto de 2008, entre Treviso (Italia) e Nordkinn (Noruega), de carro, com ida pela Europa Ocidental e volta pela Europa Oriental. Trilha sonora: a cançao de abertura foi composta por Lauro Zanin e Narciso Tureta. A segunda cançao, Diversamente, foi composta e gravada por Paulo Matos e Cesar Zanin.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Férias de verao - 2008 (parte 2)

Depois da viagem à Alemanha em junho, quando o autor foi ao festival Hurricane, em Bremen, e também visitou Amsterdan, Bruxelas e Luxemburgo (ele, sua amada e seu filho), agora em agosto eles partiram numa viagem ainda mais longa: Rumo ao grande norte!

A idéia era antiga, desde 2006 ou 2007 o autor queria tocar a ponta setentrional da Europa (Nordkapp/Cabo Norte), mas como ele nao é rico e a vida é cheia de imprevistos, isso nunca tinha sido possivel.

Na verdade em junho de2008 até tinha o dinheiro para fazer a viagem toda, mas aconteceram vàrias coisas, tipo, voltar a arcar com os custos inteiros da casa (infelizmente o irmao dele decidiu voltar a viver no Brasil), acidente com carro alugado na Belgica, castraçao da gata, revisao do carro etc.

Mesmo sem o dinheiro necessario para fazer a viagem completa, o autor decidiu partir pois ja tinha comprado o ingresso para o festival Oya, que acontece em Oslo. 
O My Bloody Valentine iria tocar.
Ou seja, mesmo sem ir até o final, jà seria super legal ir até Oslo e assistir o MBV e tal. 

Entao uma nova luz no fim do tunel apareceu e os planos mudaram de novo.
Eles 3 mais o amigo Narciso cismaram de tocar a ponta mais ao norte do continente europeu, isto é, Nordkinn (na extremidade norte da Noruega, perto das fronteiras com Finlandia, Russia e Suécia).

   

O plano inicial era chegar a Nordkapp, mas o autor descobriu dias antes da viagem que o famoso Cabo Norte (considerado pela maioria o ponto mais ao norte da Europa, ao menos turisticamente falando), na verdade fica numa ilha e que, para visitar essa ilha, o turista deve pagar uma grana...

Entao vendo o mapa e pesquisando na internet, descobriu que a extremidade de Nordkinn fica praticamente na mesma latitude de Nordkapp e que, além de nao se pagar nada para visitar Nordkinn (nem o pedagio nem o ingresso que o turista deve pagar para ver o tal Cabo Norte), Nordkinn nao se trata de uma ilha, é uma peninsula.

E essa viagem rumo ao grande norte foi uma daquelas onde voce se conhece mais e se surpreende ao mesmo tempo.
Foi realmente uma viagem marcada por coincidencias, ou como prefiro negar, pressentimentos.
Em vàrios momentos aconteceram coisas fora do comum, em vàrias ocasioes o autor mais sentiu do que entendeu qual caminho seguir.

Este post aqui é tipo uma introduçao, nao vou contar o que aconteceu na viagem nao. :)
Nos proximos posts eu vou pedir para que o proprio autor escreva, em primeira pessoa!

Ah, e nunca numa viagem ele escutou tanta musica! Foram gigas e mais gigas de musica!!!
Também, imagina, foram nove mil km viajando de carro.

Torp Festivalen - Vestby (Noruega), agosto de 2008

Era o nosso terceiro dia de viagem.

No primeiro dia fizemos um trajeto longo, saimos bem cedo de casa, em Treviso, e dormimos a primeira noite nos arredores de Hamburgo. Estavamos um pouco apreensivos porque sabiamos que a lei alema nao permite o camping fora das areas a pagamento, e o nosso plano era economizar ao maximo (inclusive na hospedagem).

Pouco antes de alcançar Hamburgo, saì da rodovia e entrei num vilarejo, procurando uma area camping. Entao vi um posto de polìcia e tive uma idéia. Fui là e perguntei se poderìamos acampar em algum lugar, explicando que na manha seguinte bem cedo irìamos embora, continuando nossa viagem rumo ao norte.
Para minha surpresa o policial e a policial que me atenderam trocaram algumas palavras entre eles (em alemao) e entao se viraram pra mim dizendo algo como "na Alemanha nao é permitido o camping blà blà blà, mas daqui a uns 5 km, prosseguindo na rodovia em direçao a Hamburgo, tem uma area de descanço (daquelas com banheiro, posto de gasolina, lanchonete etc) e voces podem montar acampamento por là esta noite, mesmo porque seremos nòs mesmos de plantao por aqui hoje...".



E foi assim que passamos nossa primeira noite nessa nossa viagem rumo ao norte, acampados nos arredores de Hamburgo.

No segundo dia fomos de Hamburgo até Copenhagen e acabamos pagando para acampar numa area camping na periferia da capital dinamarquesa...


Mas voltando ao terceiro dia, atravessamos o estreito de Øresund e passamos por Göteborg, rumo à Noruega.

No dia seguinte (que seria o quarto dia) realizariamos um outro sonho: assistir a um show da banda My Bloody Valentine. Eles tocariam no festival Oya, que é realizado anualmente na capital Norueguesa.

Acontece que ao atravessar a fronteira vimos que nao faltava muito para escurecer.
Nosso plano inicial era acampar no centro de Oslo, na unica area camping dentro da cidade, mas uns 50 km antes da capital acabei saindo da rodovia em direçao a um vilarejo qualquer.
Disse algo como "sinto que devemos procurar um lugar para passar a noite por aqui".

Assim que saimos da rodovia, logo na rotatòria, aquelas placas me confundiram. 
De repente algo me chamou a atençao. Uma placa tosca, escrita a mao, com uma seta para a direita e as palavras "Torp Festivalen".
- Opa, é para là que devemos ir!
E fomos.
Era uma estrada estreita, passamos por um vilarejo, paramos na igreja (que emprestava seu quintal para servir de cemitério!) e tentamos conversar com alguém da casa ao lado (pedirìamos para acampar...), mas ninguém atendeu à porta.

O que fazer?
Seguimos a tal estrada estreita. Depois de mais ou menos outro km ela nao era mais asfaltada e depois de um outro tanto estàvamos entrando num bosque.
Claro que a essa altura estàvamos todos preocupados.
Entao acaba o bosque e começa uma plantaçao, de cereais.


Eis que avistamos a placa da foto ("Torpfestival" e a seta avante). Là na frente, uma fazenda. E sò.
A essa altura estàvamos agitados, sem entender patavinas.
Ficàvamos supondo, palpitando, sobre o que poderia ser aquilo tudo.

Enfim recomeço a dirigir e chegamos, o tal sìtio é realmente o fim da estrada!
O que vemos?



Sim, um sìtio, mas um sìtio com alguns jovens, cases e material de carpinteria pra todo lado.
Os tais jovens, quando veem o nosso carro, acenam sorrindo para nòs!
Nòs acenamos de volta e rimos.

E foi assim que conhecemos o Torp festival.
Um festival realizado por uma familia, no sìtio.
As vezes ouvimos falar que em tal festa parecia encontrar-se em familia etc, né? Pois entao, ali era realmente uma familia.

Em 2007 Morten Strand, o senhor de macacao vermelho da foto, permitiu que sua filha mais velha, Marthe, juntamente com sua outra filha e mais alguns amigos, fizesse uma festa no sìtio da familia.
A organizaçao da festa foi ficando tao legal e a espectativa era tanta, que a festa passou a ser vista como um festival. E assim foi, provavelmente o festival mais caseiro do mundo!
O festival foi batizado de Torp, que é o nome da gleba de terra onde se encontra o sìtio, dentro do municìpio de Vestby.

Agora em 2008 Marthe obviamente pediu ao pai para fazer a segunda ediçao do Torp Festivalen, e seu bom pai mais uma disse sim.
Assim ela chamou os amigos, convidou vàrias bandas do sudeste da Noruega, espalhou press-releases para a mìdia local e de Oslo, buscou apoio para o equipamento, camisetas etc, e mais, ela contou com a inestimàvel ajuda da propria famìlia para transformar o sìtio!



Era quinta-feira, o Torp festival começaria o dia seguinte e iria até domingo. Nòs chegamos là bem na hora em que eles estavam testando o som e terminando de arrumar o palco. O palco ficava dentro da estrebaria. O camarim era o quartinho de ferramentas. Claro, tudo redecorado, bonito, charmoso aliàs.

Marthe logo veio ao nosso encontro e se apresentou, foi extremamente simpatica e disse que poderìamos ficar para o festival, que seria um prazer para eles!
Entao explicamos que no dia seguinte terìamos o show do My Bloody Valentine para ver, no Oya festival, em Oslo. Ela disse que estava chateada, pois terìamos sido o primeiro pùblico internacional do festival deles, mas mesmo assim disse que poderìamos passar a noite là, se quisessemos. Ficarìamos na àrea camping do festival em troca de ajudar a arrumar o sìtio para o festival!
E assim foi, escolhemos o melhor cantinho da area camping deles (na pratica a area camping deles era o quintal da casa, hehe), fomos apresentados ao pessoal todo, montamos nossas barracas e entao começamos a trabalhar!



Carregamos mesas, fixamos o portal da area camping, pintamos placas...

Quando jà estava escuro todos pararam de trabalhar e entao apareceu o senhor Marten Strand.



Ele, que no inicio tinha me parecido um pouco esquivo (apesar de sempre muito educado), agora dava mostras de verdadeira simpatia e interesse pela nossa historia.
Resumindo, antes de irmos dormir, Marten nos levou de lanterna na mao a todas as cinco construçoes do sìtio, explicando tudo, falando sobre o material, o clima e os habitos dos tempos idos, de quando ele era jovem, de quando os filhos dele eram jovens etc etc.
Fomos parar no salao externo (armazem transformado em sala de jogos/pista para o festival - com direito a sofas, livros, quadrinhos e jogos infanto-juvenis cuidadosamente distribuidos por toda a parte), e ficamos conversando e bebendo cerveja, com guias, mapas e albuns de fotos por sobre a mesa. Pois expliquei qual era o nosso plano para toda a viagem, entao ele entao foi chamar um amigo da Marthe que ja viajou muito e ficamos conversando até altas horas.



Qual nao foi minha surpresa ao ver que até ali, dentro de uma barraca num sìtio no meio do mato, eu tinha uma rede wireless disponivel e funcionante!



Na manha seguinte a familia Strand nos esperava para tomarmos o café da manha juntos!
Foi assim que pudemos descobrir como é o café da manha quotidiano numa familia norueguesa!
Depois voltamos aos albuns de fotos deles e veio outro convite: passear pela propriedade, conhecer o interior do sìtio, trocando em miùdos, fazer trilha!


No topo da colina a vista era inesquecìvel, a floresta de pinheiros e o fiorde!
Nos ensinaram como detectar a idade de uma determinada qualidade de àrvore, là. Nos mostraram o local onde eles comemoram o natal, no meio do bosque com fogueira e àrvore de natal natural. Havia muitas variedades de framboesas, morangos e cerejas silvestres por toda a parte. Nos levaram na casa da irma dele, em cima da colina. Por fim nos levaram até o fiorde!



Parecia um daqueles sonhos bons que a gente nao quer que acabe.
Mas chegava a hora de ir embora.
My Bloody Valentine iria tocar.

As despedidas foram serenas e amistosas.
Convidei Marten para vir à Italia e ele pareceu contente com a idéia.

Infelizmente acabamos nao conseguindo ver os shows do Torp Festivalen, afinal MBV é MBV, po.
Mas ficamos chateados sim. Ainda mais por ver que o Torp Festivalen é um festival DIY!
De dentro da barraca, à noite, fui conferir o som de algumas das bandas, no myspace...


Ter conhecido a familia Strand foi uma experiencia unica, inesquecivel!

E agora para voces aqui vai um punhado de links para algumas das atraçoes do Torp Festivalen:

domingo, 29 de junho de 2008

Férias de verao - 2008 (parte 1)

Agora em junho o autor saiu em férias com a família.

Dessa vez deixaram o carro na garagem de casa, aproveitaram uma promoção da Ryanair.



Como de costume saíram de casa em cima da hora, rindo e tirando sarro.

Os 3 andando rápido com mochila nas costas em direção ao ponto de ônibus para pegar o circular 1 em direção à estação de trem. De là pegaram o circular 6 para o aeroporto de Treviso.

Logo depois do desembarque em Bremen, decidiram alugar um carro. Foram até o setor do aeroporto em que havia uma serie de balcões de rent a car. E pesquisaram em busca do menor preço.



Eles estavam com os ingressos ja comprados para o Hurricane festival, que aconteceria em Scheessel (uma cidadezinha de interior, entre Bremen e Hamburgo) dali a 3 dias.

O festival é um dos mais famosos festivais de verão da Europa, claro que nem tanto quanto Glastonbury, Roskilde, Reading ou Benicasim, mas, mesmo assim, grande.

Estavam preparados para acampar durante todo o festival, levaram barraca e sacos de dormir...


Então, como tinham ainda 3 dias antes do festival, decidiram aproveitar esse tempo para conhecer um pouquinho o Benelux, naquele esquema on the road...



Saíram todos faceiros no Fox alugado (0 km, aliás), em direção à Holanda.





Antes de saírem de Bremen passaram no Lidl (rede de supermercados alemã, de baixo custo, hoje presente em boa parte da Europa) para comprar agua e ingredientes para lanche.



Chegaram em Amsterdan depois de 3 horas de viagem: bom indicio. Ainda mais porque o sol brilhava forte até pelo menos as 22:50!



Amsterdan é uma cidade efervescente, um nightclub gigante ao ar livre, cheia de canais, vielas e construções baixas e tortas.

Boa parte do centro é tomada pela zona da luz vermelha, que lhes pareceu muito maior do que imaginavam.

Incrível como numa quarta-feira à noite todo o centro da cidade consegue ficar aceso e fervendo até às 3 ou 4 da manha! Quarta-feira...



Saindo de Amsterdan percorreram um pouco do litoral, Rotterdam e Breda.



Depois da Holanda rumaram para a Bélgica.

Depois de passar por algumas cidades, entre elas Antuerpia, entraram em Bruxelas. Como de costume, ao entrar numa cidade de carro, o autor percorreu boa parte do centro, num tipo de reconhecimento do local.

Antes mesmo de descerem do carro, para caminhar pelas ruas do centro da cidade, aconteceu o imprevisto.

Saindo de uma rotatória, a batida.



Horas perdidas, primeiro com o susto do impacto; os dois carros embaraçados se arrastando no meio da rua; o motorista do outro carro (um senhor marroquino) descontrolado repetindo num tom intimidatorio em francês "e agora?!", "e agora?!"; as tentativas - nao muito produtivas - de comunicação; depois a chegada do filho dele - que felizmente falava inglês; as ligações para a filial belga da agencia para informar sobre a batida; a chegada da policia; a pequena - e nesse caso usual - confusão decorrente; a partida, primeiro da policia (o policial se despediu do autor com aquele sorriso de canto, acenando e desejando boas ferias), e logo depois do outro motorista e seu filho; a chegada do guincho mandado pela filial belga (o motorista - que dava demonstrações de estar radiante de felicidade - tentou nos reanimar, servindo de guia turístico enquanto nos levava até a garagem da filial belga da agencia; sorrindo e nos contando a vida dele - claro, em francês (com algumas palavras em italiano - a mulher dele é italiana); a retirada de outro carro - maior, mais bonito e mais caro (o pessoal da agencia disse que não seria cobrado a mais por isso, disseram que o único valor a ser cobrado a mais do que a diária seria a franquia do seguro por causa do acidente)...

E tudo isso numa chuva insistente...



Acabaram desistindo de dedicar um tempo maior para Bruxelas, acabaram visitando alguns pontos turísticos, mas de forma rápida e quase desolada...



Foram parar em Luxemburgo, a cidade-paìs. O paìs todo tem uma área menor do que a do município paranaense de Tibagi...

Luxemburgo, a cidade, é o tipo de cidade utópica. Sim, ao menos à primeira vista.
Tudo bonito, limpo, bem cuidado.
Ficaram abismados com o pequeno parque do centro da cidade, uma belíssima área verde de um ou dois quarteirões, com mini-lago, ruinas restauradas, ciclovia, verde (muito bem cuidado), sem grades, com abertura ao público 24 horas por dia.



De Luxemburgo voltaram à Alemanha, passando por Bonn, Dusseldorf e Munster.
De volta em Bremen devolveram o (segundo) carro e tiveram o cartão de crédito esfaqueado (a tal franquia pelo acidente em Bruxelas foi bem salgada).

De Bremen pegaram o trem para Scheessel, a estação estava tomada por punks e alternativos em geral, todos rindo e/ou bebendo e/ou carregados de barraca, saco de dormir etc.
Já naquele momento era possível sentir a atmosfera de um grande festival de verão europeu de rock.



Ao descerem, na estação de Scheessel, nao precisaram se preocupar com que direção tomar, bastava seguir o fluxo.
Aquilo tudo parecia uma cidade, de tão grande. Uma cidade louca.

A primeira coisa que fizeram foi montar a barraca.
Depois foram dar uma olhada num dos palcos - dando de cara com um show bizarro: Deichkind, um bando de alemães barbados com "roupas" ridículas pulando para lá e para cá "cantando" em alemão com inglês macarrônico (quase todas as letras pareciam ter algo relacionado com sexo ou drogas) em cima de bases eletrônicas pré-gravadas. O mais engraçado era ver que o lance era bem famoso por lá, todo mundo dançando e cantando junto. E pior (ou nem tanto), as tais bases eram bem legais.
Voltaram para a barraca, para descansar um pouco.
Antes de dormir o autor programou o celular para despertar, para o show do Chemical Brothers.
Claro, ele não escutou o despertador, foi acordado pelo filho, quase sem querer.
Correram e acabaram pegando a segunda metade do show...
Depois passaram na tenda eletrônica e voltaram para a barraca dormir.
No dia seguinte eles até assistiram alguns shows legais, mas no ultimo dia é que aconteceriam os shows mais legais do festival!



A vida no festival era “engraçada”.

O dia começava com o sol bem forte, que, batendo diretamente na barraca, transformava seus ocupantes em frangos assados dentro de fornos de padaria. Não havia vento ou sombra. Ou seja, mesmo que você quisesse dormir até tarde, seria impossível.
Então você sai da barraca, e apesar do sol agora bater diretamente em você (trazendo aquele bronze...), pelo menos há ar, uma leve brisa (ou é você que inventa que há brisa, afinal qualquer coisa é melhor do que aquele forno), e vai em direção aos containers que servem de banheiros/vestiários/bebedouros.
O que você vê já de longe? Fila.
Filas enormes de junkies e/ou grunges etc com toalhas e/ou lata de cerveja na mão...
Depois disso você vai procurar algo para comer. Todos os carrinhos tem fila (pois é, não existe algo minimamente parecido com restaurante ou mesmo lanchonete por lá), e oferecem quase que somente frituras, e a preços indignos.

O que fizeram então? Foram andando até o centro de Scheessel procurar um mercado. Ao sair pensaram que seriam os únicos a ter essa idéia.
No caminho foram impedidos pela polícia de pegar uma rua, sabe-se lá porque. Havia três pessoas que tentavam seguir a mesma direção, e que também foram impedidas (mas eles tinham uma vantagem e tanto: falavam alemão), e se ofereceram de guia (eram moradores de Scheessel, iam ao Hurricane todo ano), e dali até o centro foram falando e rindo.
Compraram o que queriam e voltaram.
Ah, perceberam duas coisas:
1 – A cidadezinha estava repleta de malucos! Ou seja, não foram os únicos.
2- Os 3 mercados da cidade não tinham nem mesmo uma latinha de cerveja à venda!



Mas voltando ao dia-a-dia do acampamento, depois de comer você tem duas opções, antes de poder entrar na parte dos palcos (que só abre uma hora antes do início dos shows): voltar para a barraca/forno; ou ficar vagando.
Pois é, o que você vê vagando de um lado para o outro naquela imensidão de grama seca e curta que formava uma ilha entre mares de barracas? Loucos.
Sério, o pessoal lá faz lembrar mesmo aquela imagem viking de ser. De um lado tinha um campinho de futebol: um dos times estava com camiseta azul e todos os “jogadores” davam mostras de estarem devidamente chapados, o outro time era composto por ursos. Sim, todos os jogadores vestiam fantasias de ursos, naquele calor. 
Do outro lado você escutava gritos e urros e gargalhadas e assobios vindos de um aglomerado, caminhando naquela direção dava a impressão que era alguém fazendo algum tipo de malabarismo para uma roda gigante de gente.
Ledo engano.
Saca Coração Valente ou Conan? Então, eram dois aglomerados de gente, dispostos em duas linhas, uma de frente para a outra, com uns barris no meio.
Um “jogador”, de uma das frentes, jogava uma bola em direção aos barris, e se acertava algum, todos os “jogadores” da outra frente bebiam cerveja sem parar até que o arremessador recolocasse o barril acertado na posição inicial. Aí gritavam stop, com os olhos arregalados feito vikings. 
E vice e versa. Enfim, era um vira-vira gigante.

O mais inusitado é que em teoria se trata de um jogo sem fim, ou pelo menos sem que nenhum jogador honesto possa saber qual a frente vencedora, visto que cada vez mais gente ia saindo de fininho (depois de secar algumas latinhas) ou literalmente caindo pelos cantos...

Os portões se abrem e os shows começam, aquela multidão andando para todas as direções, nunca viram tanta poeira (estou me referindo à terra seca), ficaram sabendo que uma tradição do Hurricane é a chuva...
Ficaram indecisos qual seria pior, poeira ou lama? Ainda mais depois que no meio do Notwist ou do Calexico começou a cair um principio de chuva...
O nariz ficava quase sempre entupido, e ao tirar a famosa meleca, você percebia que a cor dela era preta. Sim, preta. E se você tivesse coragem suficiente para enrolar a meleca você podia perceber os pequenos grãos de areia. E se você tivesse mais coragem ainda, e cheirasse a meleca, você sentiria cheiro de terra.

Enfim, muitos dos shows eram muito legais e isso fazia valer a pena.
Outra coisa que fazia valer a pena mesmo era ver toda aquela gente feliz, aquele clima de liberdade etc.

O relógio aponta as 2 ou 3 da manhã, os shows estão acabando (ou já acabaram), é hora de votar para a barraca. Então você pensa que enfim vai descansar em um lugar menos sujo e menos barulhento.

Eis que você lembra que escolheu o campo mais próximo da tenda de discotecagem (que funciona até os primeiros raios de sol da manha!), e que sua barraca fica perto de la, e que bem ao lado da sua barraca tem um grupo de umas 4 ou 5 barracas (composto por alemães, ingleses e holandeses) que faz uma zona capaz de fazer levantar Lázaro.
Você entra na barraca e sente cheiro de cerveja. E deita escutando clássicos do rock e hinos indie (vindos da tenda) e urros, gritos e risadas (vindos dos vizinhos).
E então você se sente mais jovem.



A seguir a lista dos melhores shows:
1 – Radiohead
2 – Bat for Lashes
3 – Chemical Brothers
4 – Elbow
5 – Black Rebel Motorcyle Club
6 – Digitalism
7 – Wombats
8 – Foo Fighters
9 – British Sea Power
10 – Deichkind
11 – Calexico
12 – Notwist
13 – Pigeon Detectives
14 – Slut
15 – Sigur Ros
16 – Oceansize
17 – Foals
18 – Kaiser Chiefs
19 – The (international) Noise Conspiracy
20 – Enemy



Outro espetáculo foi o dia seguinte à última noite de shows, isto é o dia em que todos deveriam ir embora: uma ventania forte “cuidando” das barracas que foram deixadas para trás.



O avião de volta para casa so iria decolar do aeroporto de Bremen dois dias depois. O que fazer? Acabaram descartando a opção aluguel de carro. Ficaram por Bremen mesmo, no albergue da juventude.

Ah, o time dos ursos ganhou.

domingo, 15 de junho de 2008

Monte Cavallo - trekking


A familia Zanin (Cesar, Isabel e Lauro) mais uma vez fez trekking, em primeiro de junho de 2008.
Pela segunda vez o objetivo era subir o Monte Cavallo (2251mt), que fica no planalto do Cansiglio (Veneto), nos pré-alpes italianos.

Na primeira tentativa, no dia vinte de abril, estavam em cinco: o autor, Isabel, Lauro, Paulo e Maria.
O gelo e a neve acabaram impossibilitando a chegada até o final. Depois de uma hora e meia de subida, desistiram e desceram.


Na segunda tentativa, essa do video abaixo (Paulo e Maria ja tinham voltado ao Brasil), o clima jà estava mais proximo do que costumamos chamar de primavera e enfim conseguiram subir até o refugio.
Sò entao perceberam que na primeira tentativa tinham chegado a pouco mais da metade do caminho e que teria sido impossivel continuar subindo com todo aquele gelo...

Como na primeira vez, na segunda também saìram de casa tarde, chegando ao sopé da montanha depois das cinco da tarde.
A subida teve inicio às 17:25, avistaram o refugio às 19:50, e desceram rapidinho, chegando no ponto de partida às 21:20h. Ainda bem que em junho escurece depois das 21:00h, eles nao tinham levado lanterna!

A trilha sonora do video é composta por duas cançoes do autor, gravadas em casa (o som original da filmadora foi mantido na mixagem).

Corsage - Body's Destroyer


Corsage é a banda do amigo Antonio, de Santos.
Eu e Antonio tocamos juntos na banda Any Wise Pub, nos idos de 1992/1993.
O AWP era insano, noise rock de buteco.

Entao, Corsage era a outra banda do Antonio, e do Cleber. Começou antes do AWP.
Botei esse video por tres motivos:
1. Corsage é bem legal (eles tem boas influencias do pre-punk, do punk e do pos-punk);
2. Body's Destroyer, a cançao do video aqui, é um cover justamente do AWP (a letra é dele e a musica minha), maior orgulho para mim, hehe;
3. Depois de 14 anos eles voltaram à ativa, estao com show marcado e tudo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Brasil - maio de 2008 - 7/7

Eu deveria fazer ainda duas palestras em Curitiba, uma na terça e outra na quarta, e assim, minha viagem de duas semanas estava chegando ao fim.

Muitos trechos da estrada de Cascavel até Curitiba eram mais ou menos a mesma coisa do que muitos trechos da estrada de Presidente Prudente até Cascavel, isto é, uma estrada não larga e com muitas curvas.

Eu sempre gostei de Curitiba. Tenho bons amigos por lá; Neri e família, Carlos e Hil, Rodrigo Gorky, são apenas alguns exemplos. Isso sem falar na cidade em si. Curitiba não é quente demais, não é poluída como São Paulo, não é violenta como o RJ, fica relativamente perto do litoral e pode oferecer tudo o que uma cidade cosmopolita oferece! E fica a seis horas de São Paulo (eu, como paulistano que sou, não poderia deixar de observar isso, hehe).
Já tive a oportunidade de visitar Curitiba umas 3 ou 4 vezes antes dessa, todas com a banda com a qual eu tocava na época, ou seja, para fazer show. Mas só dessa vez que pude ver como a cidade é grande. De dentro do ônibus eu via a cidade e aquilo não acabava! Até o desembarque passei por muita coisa, avenidas e avenidas. E tudo muito bem cuidado, bonito.


Na rodoviária Sheila estava me esperando, de avental branco. Sheila foi uma das maiores apoiadoras do meu trabalho com Zooppa no Brasil, ela tinha me ajudado a entrar em contato com algumas universidades de Curitiba e isso realmente foi importante. Fui recebido como é recebido um amigo de verdade, ótimo sinal, meu feeling com Curitiba persiste! ;-)
Ainda à tarde fomos até um bar chamado Mafalda, que ficava perto do hotel (o hotel ficava em frente ao Teatro Guaíra). O bar nem tinha aberto ao público ainda. ela chamou alguém de dentro e acabamos entrando. Ela conhecia todo mundo lá dentro. O bar era muito legal, as pessoas simpáticas e a decoração bem diversa. Foi lá que provei a cerveja mais gostosa de toda a viagem: Original (talvez empatada com a Boehmia de São Paulo, vai...).

Depois Sheila foi buscar sua filha no colégio (Thainan é uma garota muito legal e inteligente) e me deixou na UNIBRASIL, para a palestra, e foi para a casa. Ela me disse que um grande amigo dela, Rafael, iria lá para me conhecer e para ver a palestra, e que depois da palestra ele viria se encontrar conosco.
Entrei no prédio e procurei a coordenadora do curso de publicidade, Maria Paula, e depois de um certo tempo a encontrei. Fiquei intimidado com o tamanho do auditório (muito grande) mas a simpatia da coordenadora e dos outros professores, alunos e funcionários, me ajudou. Aliás, o tamanho dos espaços usados para a palestra foi aumentando cada vez mais: na primeira era uma sala de aula (e mesmo assim a palestra contou com mais de 50 pessoas), depois um auditório super moderno (com umas 180 pessoas) e agora essa auditório grande e com jeito de antigo/tradicional (com capacidade de mais de 300 pessoas).

A palestra foi muito boa, eu já estava ficando esperto com esse negocio de fazer palestra, hehe.
Um dos professores inclusive acompanhou a palestra em tempo real pelo Twitter.

No fim da palestra conheci o Rafael e ficamos conversando com os professores, esperando a Sheila.
Ela demorou, então pudemos conversar bastante. Quando ela chegou, a pé, fomos até o bar Matilde e ficamos por lá um bom tempo. Chegaram mais amigos deles e foi muito divertido.
De lá fomos para o Wonka bar, assistir ao show dos Hillbilly Rawhide.

O Wonka é um bar legal, com jeito de pub e clima de taverna.
O Hillbilly Rawhide é uma banda extravagante, são seis integrantes e eles tocam com intrumentos como banjo, violino, piano, baixo acústico e cajon. O som deles é country, mas com pitadas de rockabilly e rock. 

E isso tudo com um grande teor etílico (também) no ar. O clima no show estava intimista, parecia um sallon, com todo mundo cantando junto e levantando o copo de cerveja. 
O palco era pequeno e a banca mal cabia lá, não sei como fizeram caber os seis integrantes, mais os instrumentos menores, e bateria, um piano (não era teclado) e um baixo acústico. 
Eles tocaram algumas músicas próprias e covers de Hank Williams, Johnny Cash, Ramones, Motorhead e AC/DC, hehe. Muito bizarro.
Cheguei no hotel bem tarde e destruído.


Depois de algumas poucas horas de sono (a insônia foi uma constante nessa viagem), levantei, tomei uma ducha e fui dar umas voltas pelo centro de Curitiba.
Quando voltei ao hotel recebi um SMS da Sheila, me chamando para conhecer seu trabalho.
Ela trabalha numa farmácia, uma farmácia de propriedade de uma funerária (fica do lado da funerária, em frente ao cemitério). La dentro é tipo... uma farmácia mesmo. Mas de dentro da farmácia se vê o cemitério (a porta é de vidro).
Trata-se de um grupo, chamado Vaticano. Sim, Vaticano. Eu achei muito engraçado. Aquela fachada verde enorme com "Vaticano" escrito em branco.

Saímos para almoçar, Sheila me levou até o bar onde onde o Leminski passava grande parte do seu tempo (ao menos ela disse assim). Enquanto ela comeu um belo sanduíche, eu fiquei só na água, a ressaca estava brava.
A vista pela janela, da praça com um pessoal andando de skate (tinha um grande half), parecia me transcender, como se eu estivesse assistindo de fora. E então foi bom. Logo depois de voltar em mim lembrei do Renato, e falei dele para a Sheila.
Saímos do bar (putz, não lembro o nome), começamos a caminhar.
Engatamos em assuntos filosóficos, ela toda esotérica, eu todo agnóstico, ela quase crente, eu quase ateu. Dentro do cemitério, falando da vida e da morte. Sabe, sentido da vida, como viver, saber, entender, sentir etc.
A conversa foi rumando para um antagonismo quase hostil, disfarçadamente amigável.

De repente ela sentou num degrau de um mausoléu. Eu sentei também. Ficamos um pouco em silêncio e logo depois recomeçamos a falar. Então saímos do cemitério e demos a volta nele quase completamente. Do outro lado ela apertou a campainha num portão branco (o muro era verde, eu deveria ter percebido antes). Um senhor com avental branco veio atender, com uma cara estranha. Sheila atacou uma conversa qualquer sobre algum colega de trabalho e foi entrando, me chamando com a mão.


Entrei e, logo depois do portão, ainda no quintal, vi o primeiro cadáver. 
Numa maca, pálido e magro. Era uma senhora, estava nua, parcialmente coberta por um lençol branco.
Entrei no que parecia ser uma garagem e vi uma porção de avisos na parede (sulfites com mensagens do tipo “a cabeça deve estar para o lado de fora”), mais dois passos em direção à porta onde estava Sheila, encostada, conversando calmamente com o senhor, e avistei outro cadáver: um homem, também magro, também pálido, com os pés longos, nu, numa maca. 
E assim que cheguei ao lado dela, vi o que o senhor estava fazendo. 
Ele estava costurando o peito de um terceiro cadáver. 
O ruído daquilo, misturado com a conversa, evidentemente me deixou aturdido.

Saindo de la, enquanto ela me olhava satisfeita, com uma cara quase feliz, eu disse o mais calmamente possível: “vou escrever sobre isso”. 
E vou, ainda vou, mesmo.

Na farmacia fiquei um tempo sentado vendo a Sheila trabalhar e perguntei onde eu poderia encontrar uma rede wireless, pois eu precisava ver os emails etc. Primeiro tentamos usar a rede da Vaticano, como não deu certo saí em direção a um tal Shopping Mueller.
O Mueller tinha uma conexão boa e assim sentei no banquinho da praça de alimentação por algum tempo.

De volta à farmácia já estava quase na hora de ir para a Universidade Positivo, onde seria minha ultima palestra. O taxista que me levou à Positivo era super-fã do Inter de PoA e de Rap (!).
A palestra foi legal, mesmo com os probleminhas técnicos iniciais.

Foi muito ruim assistir aos últimos minutos da derrota do SPFC para o Fluminense na Libertadores numa barraca de hotdog no centro de Curitiba. 
Com o rapaz que me serviu tentando disfarçar a risada ao me ver desesperado, e com um outro, cliente, tirando sarro. Lamentável.
De la fomos ao James e vimos aquela fila indigna, ridícula. Depois de alguns minutos escutando conversa indie dos outros decidimos ir ao Circus, que tinha reaberto e que ficava ali pertinho, com uma fila muito menor.

No dia seguinte eu estava fechando a conta do hotel, para ir à rodoviaria, e quem me aparece? Sheila, de carro, com a filha no banco de trás e a mãe no da frente. Fomos até o apartamento onde elas moram e almoçamos bem. Foram muito simpáticas.
Acabei desistindo de voltar para São Paulo de ônibus (ideia da Sheila). Pedi uma carona até o aeroporto.


Comprei a passagem como se compra uma passagem de ônibus, uma sensação estranha para mim.

Termino esse diário dentro do avião, avistando primeiro a ilha de São Vicente, depois a Serra do Mar (que não é como eu imaginava) e por fim a cidade de São Paulo.
Algo indescritível. Inesquecível.

sábado, 7 de junho de 2008

Brasil - maio de 2008 - 6/7

No ônibus que peguei em Presidente Prudente, com destino a Cascavel, tinha gente de todo tipo e nos bancos próximos ao meu tinha um pessoal animado, conversando e rindo, desde Porto Velho (!).

Na primeira parada, no extremo oeste do estado de São Paulo em algum lugar próximo à divisa com o Paraná, me senti num faroeste.
O posto de gasolina era totalmente isolado, parecia uma ilha num mar de plantações. O restaurante era enorme e estava quase vazio.
Logo na entrada encontrei uma grande prateleira repleta de DVDs, todos piratas (daqueles com capinha com impressão em jato de tinta com cartucho vazio), hehe.

Passando por Maringá avistei uma placa de trânsito indicando o bairro Morangueirinha e lembrei do amigo Flavio.
Perto de Campo Mourão quem me telefona? O grande Luis Paulo. Depois de anos sem contato, ali no meio da noite, dentro de um ônibus cruzando o Paraná. Amizade de verdade é assim.


Cheguei de noite e acabei me hospedando no hotel em frente à rodoviária.
No dia seguinte, domingo, fui às Cataratas do Iguaçu. O ônibus de Cascavel até Foz do Iguaçu foi parando em todos os vilarejos no caminho, fazendo uma viagem de menos de uma hora se transformar numa travessia de quase 3 horas. Em cada parada continuava subindo gente, a ponto de num determinado momento já haver gente de pé (num ônibus de viagem!). E o calor estava forte, apesar de estarmos em maio. Mas foi legal assim mesmo: Tudo novidade, clima on the road.

Em Foz peguei um táxi que me levou diretamente ao portão do parque, fui conversando com o motorista, perguntando sobre a cidade, sobre o parque, as cataratas, as fronteiras, e ele foi me mostrando e apresentando lugares.

A entrada externa do parque não diz muito, parece a entrada de algum horto, ou de um zoológico.
Depois de passar pela bilheteria que começa o turbilhão.
Peguei o ônibus e sentei no andar de cima. Logo quando começa a pequena viagem me emociono com a estrada, completamente fechada pela mata atlântica. Só sobra o espaço justo para o ônibus passar, como se fosse um pequeno túnel!
O passeio em direção às famosas cataratas continua por dentro de um imenso parque imerso na mata atlântica. Além da estrada não há quase nada que não seja natural. Floresta fechada e animais silvestres pelo caminho etc.
Na última parada, antes mesmo de descer do ônibus, já era possível escutar o barulho das quedas d’água.


As fotos falam por si.
Depois de percorrer as passagens e passarelas, subindo e descendo escadas e elevador, vaguei um pouco por entre as trilhas...
Que lugar!

Quem já ouviu/leu o que faço e/ou fiz por ai durante muito tempo, em termos artísticos, deve saber como esse tipo de passeio me toca.

Segunda depois do almoço o coordenador do curso de comunicação social da FAG veio me buscar no hotel e me levou para uma volta pela cidade, depois fomos até a faculdade. Depois de me apresentar muita gente (inclusive o reitor!), fui acompanhado até o auditório e preparei o notebook e o projetor.
A FAG é a faculdade mais chic que eu já vi, tudo brilhando, moderno, mais parecia um shopping center, fiquei imaginando quanto dinheiro teria sido investido naquele campus... Inclusive aquele clima “interior-burguês” eu tive a impressão de encontrar em Cascavel.


A palestra foi boa, engraçada.
Depois fomos até uma pizzaria e outra ótima surpresa para mim: encontrei um lugar com pizza tão boa quanto São Paulo! A pizza que comi em Cascavel não fica devendo nada para as melhores que já comi em São Paulo. E a pizza de São Paulo é a melhor que já comi na vida.
Eu sei, você deve estar se perguntando “como alguém que mora na Itália tem coragem de dizer que a melhor pizza é a de São Paulo?”, pois infelizmente é assim.
Aliás, com duas exceções: As cidades de Mantova e Pompéia, onde provei pizzas quase tão boas como as de São Paulo.

Na manha seguinte fechei a conta no hotel, atravessei a rua e peguei o ônibus para Curitiba.

Os agradecimentos aqui vão para a professora Patrícia e para o professor Lucas.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Brasil - maio de 2008 - 5/7

Meu tio Zé, marido da tia Rosa, me levou de caminhonete até a rodoviária de São José do Rio Preto. Comprei a passagem para Presidente Prudente e ali começaria mesmo a parte da viagem dedicada ao trabalho.
Depois das quatro horas de viagem encontrei João na rodoviária de Presidente Prudente.
João é o presidente do DA da UNOESTE, foi ele que entrou em contato comigo pelo Orkut, em Março, me convidando para palestrar num evento. Desse convite que veio a idéia da turnê nas faculdades brasileiras para apresentar Zooppa. João é um rapaz esforçado e esperto.

João me explicou que seu amigo, e membro do DA, chamado GBA, deveria estar chegando para nos pegar de carro a qualquer momento. Acabou chegando depois de uns 40 minutos, hehe. Eu e João pudemos conversar sobre a palestra, a faculdade, Zooppa, a cidade e tal.
GBA enfim chegou e me levou ao hotel. Tomei um banho enquanto ele o João me esperaram no saguão. GBA é um cara legal, tranqüilo e de bem com a vida.

O hotel fica dentro do campus, que fica longe da cidade, trata-se de um hotel-escola.
De lá fomos até o shopping almoçar. Do shopping fomos até uma agencia de publicidade, de propriedade de um professor da faculdade.
Fomos bem recebidos e conversamos. Voltamos ao campus, eles me mostraram a faculdade e me apresentaram professores e alunos.
Então fomos à sala destinada à palestra e preparei tudo.


A sala foi enchendo e quando comecei já estava lotada. A palestra foi legal, eu estava tenso e tudo mais, claro. Mas foi muito legal.

Depois da palestra o João me levou até os laboratórios e estúdios da faculdade, e depois fui assistir uma aula de fotografia.
O professor era muito legal e talentoso. A aula era sobre lightpaint, fizeram até mesmo uma foto minha, hehe.

Depois fui com GBA até o buteco onde o pessoal da faculdade costuma ir e ficamos jogando sinuca e bebendo cerveja. Eram umas 10 mesas de sinuca. Havia mesas dentro e fora.
O bar ficava dentro do campus, próximo a saída e nos fundos do hotel (a janela do quarto onde eu estava hospedado dava de frente pro bar).
O lugar estava cheio de gente. E cada vez chegava mais.
Depois o GBA foi até a casa dele tomar banho e pegar a namorada e eu voltei ao hotel, dali a pouco chegou o João.

Quando o GBA voltou fomos juntos até um bar descolado do centro da cidade.
As paredes do bar eram todas decoradas com posters de propagandas antigas de várias marcas de cerveja. Ficamos lá jogando conversa fora até umas horas e depois GBA me deixou no hotel.

O pessoal do DA (Joao, GBA, Cidao, Marcelo, Carol, Frica etc) foi muito legal mesmo. Assim como os professores Fabiola e Paulo Miguel. Aliás, muita gente foi legal por lá (alunos, professores)!


No dia seguinte acordei e encontrei o hotel deserto.
Ninguém na recepção e em lugar algum ali dentro.

Como é um hotel-escola eles “fecham” às 11 de sábado para reabrir somente na segunda-feira. Ainda bem que me avisaram, senão eu teria achado que estava num filme do Lynch ou do Fellini, hehe.

GBA foi com João me buscar no hotel-escola e fomos almoçar no shopping, de lá seguimos correndo feito loucos até a rodoviária (íamos perder a hora do ônibus, a passagem já estava comprada).
Chegando na plataforma indicada na passagem, sem fôlego de tanto correr, não vimos ônibus algum.
Claro que pensamos algo como “fudeu”. João foi perguntar e então ficamos sabendo que o ônibus é que estava atrasado.
A previsão era de que fosse chegar dali a uma hora e meia!
GBA e João queriam ficar comigo ali, parados, esperando o ônibus... E ficaram por um bom tempo, e eu dizendo para eles irem embora, que não precisava. Naquele fim de semana estava acontecendo em Presidente Prudente o evento Virada Cultural, com vários shows e tal.

Quando enfim o ônibus chegou que eu percebi porque atrasou tanto: o ônibus que peguei de Presidente Prudente para Cascavel fazia a linha Porto Velho – Cascavel.
Fiquei tão intrigado que fui me informar, me disseram que é a linha comercial de passageiros mais longa do Brasil.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Brasil - maio de 2008 - 4/7

De Araraquara segui para São José do Rio Preto, situada entre a divisa com Minas Gerais (Icem/Frutal) a norte, Araçatuba a oeste, Ribeirão Preto o leste e Bauru ou Araraquara a sul, e de lá para Mirassol (vizinha de S. José do Rio Preto), onde minha família se fixou depois de imigrar da Itália, no início do século XX.

Miguel me acordou antes das cinco da manhã. Como todo dia ele tem que acordar muito cedo para ir ao quartel, combinamos de sair juntos, visto que o ônibus para São José do Rio Preto saía da rodoviária às seis e pouco.
Ainda escuro e todo mundo no portão para a despedida, céu repleto de estrelas, nem quente nem frio, ainda bem que o ponto de ônibus fica bem em frente à casa da minha mãe.
Foram uns dez minutos de viagem, até a rodoviária. Antes de descer me despedi do Miguel, fardado, quem diria.

Depois de quase duas horas sentado na rodoviária entrei no ônibus. Foram três horas de viagem até São José do Rio Preto. De lá até Mirassol pouco mais de meia-hora.
Descer carregado daquele ônibus cheio de grades não foi muito fácil, o sol estava forte. Mas a sensação causada pela vista da esquina da casa da minha avó, por estar ali de novo, passando em frente ao posto de gasolina, a fábrica de doces, aquilo me fez bem.

Passei um só dia em Mirassol, isto é, cheguei pouco antes do almoço, minha vó estava preparando tudo com a empregada, depois fui até a casa da tia Rosa, vizinha da minha vó, e da tia Sônia.
Minha avó sempre tenta me agradar preparando coisas que ela sabe que eu gosto de comer. Ela e minhas tias Sônia e Maria Augusta inclusive prepararam pão!


Eu sempre me pego lembrando de minha infância na casa da minha vó, também fico imaginando como era a vida ali naquela casa muito antes de eu nascer, ao ver os quadros antigos com fotos da família.

Fiz questão de filmar minha avó.

Acabei dormindo lá.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Brasil - maio de 2008 - 3/7

Minha próxima parada foi em Araraquara. Lá moram minha mãe e Wilson, seu companheiro (sim, sou filho de pais separados), e Miguel, meu irmão mais novo.


Eu nunca tinha ido até Araraquara, quando vim morar aqui ela morava em Santa Rita do Passa Quatro, e os últimos dias que passamos juntos lá foram marcados por discussões e mágoas.
Claro que depois os ânimos foram baixando e com o tempo nossa relação voltou a ser amistosa, mas isso pela internet, por telefone e carta... Ou seja, deveria haver uma certa apreensão por conta disso.
Mas foi tudo melhor do que eu poderia imaginar. Juntos passamos 2 ou 3 dias ótimos, tranqüilos e amigáveis, em paz. Minha mãe fez pastel, fez caipirinha, ela e Wilson prepararam churrasco, ele me levou de moto para conhecer toda a cidade, Miguel me ajudou a configurar a internet com o modem dele, pois o pessoal da empresa continuava me pedindo traduções e trabalhos vários, e ele e Naiara, sua namorada, me levaram para passear no centro, assim eu poderia acessar a internet wireless no shopping...

O Miguel está fazendo Tiro de Guerra e ele e a Naiara estão estudando. Aliás eles sempre estão estudando para algum concurso ou fazendo algum curso, e eu acho isso muito legal da parte deles. Eles vivem tranqüilos, um para o outro.
Pude ver minha mãe muito mais tranqüila, ela parece mesmo estar bem.
Enfim, gostei mesmo desse período com eles.

Brasil - maio de 2008 - 2/7

Sábado era dia de festa, eu tinha dois encontros marcados:
Visitar a Luciana, minha melhor amiga desde 1989;
Reencontrar os amigos do Magic Crayon para tocar por algumas horas no estúdio onde ensaiávamos (Quadrophenia, do amigo Sandro).

Pegar ônibus e metrô de novo foi legal.
Quando eu estava quase chegando na estação Marechal Deodoro, onde deveria descer, lembrei que não tinha levado o vinho que eu tinha comprado na Itália para a Luciana.
Loser.
Para ajudar, assim que saio da estação, dentro do banheiro, quem me liga? Ela, Luciana.
- E aí meu, você vem ou não?
- Oi Lu, estou saindo da estação, 50 passos e já estou aí!
Não deu outra, passei na mercearia do china e comprei uma garrafa de um vinho lá.

Claro, ela riu muito por causa do episodio do vinho e eu fiquei sem jeito. Mas bebemos o vinho mesmo assim, felizes.
Logo depois chegou seu namorado Bruce e ficamos conversando numa boa.
Duas horas depois que cheguei lembrei de olhar o relógio e vi que estava atrasado (só alguns minutos, vai) para o encontro com o Barbosa.
Então nos despedimos com um encontro combinado para o dia seguinte.

Ainda bem que o ponto de encontro era na esquina da casa do Barbosa, isto é, a dois quarteirões do meu querido apartamento, onde a Lu mora desde que eu vim morar aqui.
O Barbosa logo depois de me cumprimentar diz para irmos à sua casa, pois os outros deveriam estar chegando por lá. Chegando lá ele me apresentou o apartamento (legal, por sinal) e abrimos umas latinhas de cerveja.
O Gilberto foi o primeiro a chegar. Ali estava o núcleo do Magic Crayon: Eu (guitarra e vocal), Gilberto (baixo) e Barbosa (bateria).
Assim que chegou a namorada do Barbosa saímos em direção ao estúdio.



No estúdio estavam Sandro, Leandro (amigo e fã do Fotograma), Luiz Junior e Mariana.
E tocamos. E foi inesquecível.
Primeiro, nós afinamos os instrumentos (eu toquei com a tele que o Sandro gentilmente me cedeu), inventamos uma linha melódica, uma base e fomos levando, inventando coisas e tocando. Paulo chegou e juntou-se a nós. Depois tocamos as 4 canções do nosso primeiro cdr-ep e no fim fizemos uma jam com o Junior e a Mariana do Fotograma.
Pois é, claro que ninguém tirou fotos nem gravou, seria convencional demais... Hehe. (ninguém deve ter lembrado de levar câmera etc)

Saímos do estúdio e voltamos para a casa do Barbosa. Foi então que ele botou pra tocar Pia Fraus e todos ficamos entusiasmados com essa banda shoegazer da Estonia. Conversa vai, conversa vem, ao violão (tocando clássicos do calibre Beatles, Dylan etc) ora Paulo, ora eu, ora Leandro, ora Junior, até que a cerveja acaba. Então nos dirigimos a um bar e continuamos conversando e bebendo...
Quase de manhã nos despedimos todos e Gilberto me levou de volta ao apartamento do meu pai.
Abrindo a porta, pensei: “meu, por noites como essa é que se vale à pena viver em sociedade!”.

Brasil – maio de 2008 – 1/7

O táxi passou na porta de casa pouco depois das 5 da manhã.
Em meia hora eu já estava fazendo o check-in.

O vôo de Veneza a Paris teve algum atraso, mas como eu ainda estava sonolento e tal, nem me dei conta. Foi pegar o Ecstasy e dormir, depois de uma ou duas páginas.
Não adianta, quando eu não gosto do livro de cara, sua leitura se torna uma tortura. Não que Ecstasy seja ruim ou mal escrito, pelo contrario, há partes muito legais, mas depois de Trainspotting eu fiquei meio brochado com esse...

Foi no aeroporto de Paris que percebi que eu poderia perder o vôo para São Paulo.
Corri, perguntei, rodei, até que consegui encontrar o local certo, bem em cima da hora.
Pouco antes de entrar no avião uma ligação da Isabel me deixou (mais) emocionado.

A viagem foi realmente estranha, eu estava morrendo de sono/cansaço e preocupação, pois:
1. vinha dormindo realmente muito pouco nos últimos dias (a organização da viagem tomou muito tempo e esforço);
2. estava chateado por ter que ficar longe da Isabel e do Lauro;
3. estava apreensivo com as palestras que eu deveria fazer no Brasil.

Na hora do almoço o destino (ou melhor, a Airfrance, hehe) me aprontou o golpe de (não) misericórdia:
Todas as opções do menu continham pepino.
Você consegue imaginar o cheiro de pepino que exalava dentro daquele avião?
E eu sou alérgico a pepino.
Sério, eu passo mal, tipo dor de cabeça, mal-estar, ânsia mesmo.
Para tentar superar esse problema optei primeiro por provar um dos pratos com o pepino e, depois, visto que fiquei mal, mudei de estratégia e passei a pedir uma garrafa de vinho tinto para todo/a comissário/a que passava.
O objetivo era o de me tranqüilizar e quem sabe dormir, pois sempre que estou passando mal eu procuro dormir, e quase sempre acontece que quando acordo me sinto melhor.

Depois da quinta garrafa percebi que a tática do vinho não estava surtindo o efeito desejado, então decidi assistir um filme.
Escolhi o Bucket List, com o Nickolson e o Freeman, que era o primeiro filme da lista, assim meio no escuro. E não sei se por causa da viagem sem a Isabel e sem o Lauro, se pelo mal-estar causado pelo pepino, se pelas garrafas de vinho, mas o filme me bateu.
Bateu bonito.
Chorei muito e sem parar, quase sorrindo ao mesmo tempo. Ainda bem que não tinha ninguém sentado do meu lado, pois, apesar de eu não chorar fazendo escândalo, qualquer pergunta do tipo “tudo bem com você?” só iria piorar minha situação.
Enfim.
Só então consegui alternar as horas restantes de viagem, de rosto inchado, entre sonecas e sons no mp3 player (The Fall, Any Wise Pub, Depeche Mode, Versus, Portishead, algumas coletâneas indiepop e shoegazer, algumas bases minhas e Peter, Bjorn and John).


Lá estava meu pai me esperando, no aeroporto.
Durão feito sempre, mas logo vi que algo estava melhor, que ele estava feliz com minha presença, e isso tornava mais complexa minha felicidade em revê-lo.

Estranhei pra valer São Paulo. Logo eu que sempre achei poser ou blasé quem volta ao Brasil depois um tempo fora e diz que notou uma diferença enorme etc e tal. Mas percebi que pode acontecer mesmo. Ao menos comigo foi forte (e olha que não foram 40 anos fora, foram 4), estranhei um monte de coisas: Aquele tráfego infernal, os muitíssimos motoqueiros passando a toda e buzinando ininterruptamente, os flanelinhas, os lavadores de vidro e os vendedores de balas no semáforo, os muitos buracos nas ruas, tanta gente, avenidas largas, prédios altos, pontes e viadutos etc.
Mas mesmo assim reconheci tudo aquilo, é estranho sentir-se em casa depois de 4 anos, sendo que sua casa está te esperando do outro lado do oceano.

No apartamento do meu pai já estavam meu irmão do meio, minha cunhada (sua mulher) e minhas duas sobrinhas lindas, de 5 e 2 anos. Depois do jantar ficamos conversando, rindo, jogando truco, bebendo cerveja e/ou cuba e matando a saudade. Aliás, que saudade também da cerveja brasileira!No dia seguinte meu pai me levou de carro para resolver coisas relacionadas a documentos e bancos, depois comemos juntos na churrascaria perto do prédio onde ele mora (me entupi de carne – boa!) e, já de volta no apartamento, fiquei horas revirando o monte de coisas que eu tinha deixado guardado lá. Maior seção flashback, hehe.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Autor novamente em terras brasileiras (mesmo que temporariamente e a trabalho...)!

Pois é, o autor pediu para avisar que vai chegar no Brasil no dia nove agora e que vai ficar até o dia vinte e dois.


Pena que ele vai sem a mulher da sua vida e sem o muleque da sua vida... Isto é porque ele vai a trabalho, fazer uma palestra em algumas universidades dos estados de Sao Paulo e do Paranà.

Mas, claro, sempre acaba sobrando um tempinho para ver os amigos, a familia, passear...


Ah, sim, a fotinha foi mesmo inspirada pelo filme Into the Wild (Na Natureza Selvagem). Po, aqui bem perto de casa eu sem querer encontrei um onibus abandonado num terreno baldio que é a cara do onibus do filme! Nao deixei passar, hehe.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Rubies em Berlim com WBA (o show festa)



Quando o autor viajou para Berlin ele pegou esse show do Rubies no Tape club, quase sem querer. E foi muito legal.
Primeira vez que tocavam na Alemanha (essa é a primeira turne na Europa), esse show de Berlin foi organizado pelo pessoal do The Withest Boy Alive.
Pode-se dizer que mais parecia uma festa entre amigos do que um show. O lugar estava lotado e todo mundo se divertindo, sem frescura ou pose.
O DJ da noite era o baixista do WBA.
Na entrada a menina da chapelaria achou que ele era frances, hehe.

O show em si, do Rubies, foi curto: umas 6 musicas. Justamente nessa Stand in Line entram no palco o tecladista e baterista do WBA.
Depois dessa eles tocaram uma versao eletronica de I Feel Electric juntos e o show do Rubies parecia ter chegado fim. Ou chegou mesmo, sei la. A vocalista ja tinha agradecido e falado aquelas coisas tipo "foi muito legal, Berlin!".

Entao o DJ, ao inves de botar um CD pra tocar, pula para dentro do palco e empunha o baixo. O alemao com cara de nerd, magrelo, cabeludo e fundo de garrafa senta na bateria e entao começam uma jam digna de uma reuniao conjunta de Parliament-Funkadelic com Sly & the Family Stone!
A coisa foi esquentando, uma linha de baixo levava a outra (aliàs todo mundo, tanto do Rubies como do WBA, tocava muito bem) e depois de um bom tempo eis que entra no palco, todo desajeitado, pulando e tentando se equilibrar, o Whitest Boy Alive em pessoa: Erlend Øye (também conhecido por ser um dos Kings of Convenience).

Nunca vi em toda minha vida alguem que representasse tao bem a imagem nerd de ser!Sensacional. De uma magreza impar, palido, com aqueles oculos fundo de garrafa, enormes. Cabelos longos, armados e despenteados. Mas com um carisma fora do normal, sempre incitando, com um sorriso de quem està vivo e curtindo.

Outra coisa digna de comentario: como é que esse pessoal consegue passear por tantos estilos musicais diferentes assim numa boa? Da hora.

Enfim, o show se transformou literalmente numa festa e a jam nao parecia ter hora para acabar. O autor teve que ir embora porque no dia seguinte tinha mais de 1100 km de estrada pela frente. Pouco antes de sair conseguiu escutar Erlend dizendo algo como "legal, se voces continuarem nòs vamos continuar, sem hora pra parar, até amanha!"!

Povo louco, hehe.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

6 coisas que amo / 6 cose che amo

Obrigado Mary (www.maryfrancis.splinder.com) por ter me convidado para jogar “6 coisas que amo”! Nunca fui um grandíssimo fã desse tipo de jogo, mas me rendo: pode valer a pena externar aquilo que se sente, ainda mais quando se trata de coisas que amamos!

Então, as 6 coisas que amo:

1. estar na estrada
2. escutar música
3. tocar violão/guitarra, baixo ou bateria
4. ler
5. escrever
6. imagens (paisagens, fotos, vídeos etc)


Os meus convites para jogar vão para:

She Python
Gilberto
Zanirvana
Lys
Fernando
Glauco


As regras que os convidados devem seguir são simples:

-indicar os links de quem os convidou
-escrever o regulamento no próprio blog
-citar os 6 objetos do jogo
-envolver outras seis pessoas
-comunicar aos próximos 6 sortudos a nomination


---


Grazie Mary (www.maryfrancis.splinder.com) per avermi invitato a giocare alle “6 COSE CHE AMO”! Non sono mai stato un grandissimo fan di questo tipo di giochi, ma mi arrendo: può valere la pena esternare quello che si sente, ancora di più quando si tratta delle cose che amiamo!

Allora, le sei cose che amo:

1. essere sulla strada
2. ascoltare musica
3. suonare la chitarra il basso o la batteria
4. leggere
5. scrivere
6. immagini (paesaggi, foto, video ecc)

I miei inviti a giocare vanno a:

She Python
Gilberto
Zanirvana
Lys
Fernando
Glauco


Il regolamento a cui si devono attenere gli invitati è breve e molto semplice:

-indicare il link di chi vi ha coinvolti
-scrivere il regolamento del gioco sul proprio blog
-citare le sei cose oggetto del gioco
-coinvolgere altri sei personaggi
-comunicare ai fortunati la nomination

segunda-feira, 10 de março de 2008

Dia da Mulher



Puxa, eu vinha pensando no que escrever sobre o dia da Mulher neste blog jà faz dias e dias, e mesmo assim acabei deixando passar batido o dia certo... Que feio, shame on me.
Eu decidi que deveria escrever algo depois de visitar o blog da amiga Lys. Lys organizou um movimento pela valorizaçao da mulher brasileira.
Pois entao aqui vai, atrasado mesmo, minha contribuiçao:

Fiquei impressionado com o que a Lys escreveu no seu blog sobre a pesquisa que ela fez no google digitando os termos "mulher brasileira".

Para eu poder continuar meu texto aqui, faço a seguir uma brevissima ilustraçao do que a Lys escreveu sobre isso.
Mais ou menos assim: Alguém vai no google e digita "mulher brasileira".
Os resultados dessa pesquisa?
Sites de putaria, sites de relacionamento oferecendo brasileiras para estrangeiros, modelos/atrizes/manequins etc.

Eu nunca tinha parado para pensar nisso, e é a mais pura verdade.
Isto é, claro que eu ja sabia dessa imagem negativa, ou pelo menos estereotipada, que a mulher brasileira tem no exterior, mas o que me deixou chateado foi ver que, ao contrario do que eu pensava antes (ou seja, que as mulheres de todos os paises pudessem ter uma imagem negativa ou pelo menos estereotipada no exterior), a imagem no exterior das mulheres britanicas, norte-americanas etc é bem diferente da ja citada imagem da mulher brasileira...
Diferente no sentido que enquanto os resultados da pesquisa no google demonstravam que as mulheres brasileiras no exterior sao vistas como promiscuas e/ou futeis, ja as britanicas e norte-americanas sao vistas como pessoas intelectualmente ativas, isto é, nao meros objetos.

E sabe o que?
Foi a Isabel mesmo, que é uma mulher e tanto, que disse logo de cara: "sao as proprias mulheres brasileiras as maiores culpadas por essa imagem que elas tem no exterior". E acrescentou: "Por isso que a mulher brasileira que nao se enquadra nesse perfil acaba sofrendo (aliàs sofrem todas), e pior, sofre duas vezes por ter que demonstrar que nem todas as brasileiras pensam e agem da mesma forma".

Pois é, é bem por aì.

A principio posso dizer que acho estranho isso de ter o dia da mulher, pois na minha opiniao todo dia pode ser dia de tudo, e nem tem essa historia de argumentar sobre o simbolismo da data e etc, é uma questao mais profunda pra mim (basta dizer que nao gosto nem de comemorar aniversario, hehe).
Mas, ja que o dia da mulher existe, que ao menos possamos fazer um bom uso dele, como por exemplo a campanha que a Lys e um monte de gente legal estao fazendo.
;)



Para terminar, dia 8 agora (o tal dia da mulher) caiu num fim de semana, e nos fins de semana eu procuro andar um pouco por esse mundo que temos aì fora.
Por isso que acabei esquecendo do post que eu queria escrever sobre a campanha em prol da valorizaçao da mulher brasileira.
Espero que um dia (e que esse dia esteja proximo) a imagem da mulher brasileira possa ser representada no exterior (e no Brasil tambem) logo de cara por muito mais do que é atualmente...

O dia da mulher de 2008 eu passei com a mulher da minha vida, fazendo trilha nas montanhas do Cansiglio, nos Pré-Alpes. Ambos felizes. Acabamos nem lembrando.
:)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Any Wise Pub e Zanin


A foto aqui de cima foi feita em 1992, num dos primeiros shows da banda Any Wise Pub. O show foi na casa Timonero's, na Ilha Porchat (Sao Vicente).
Todos os agradecimentos vao para o grande Antonio, que mandou algumas imagens depois de todos esses anos.
---
O video abaixo foi feito hoje. A musica foi composta e gravada no decorrer de 2007.
Tudo no maior lo-fi!
Eis a descriçao do youtube:
Amor, Vai, O Guia - Zanin
Cançao composta e gravada por Cesar Zanin na provincia de Treviso no decorrer de 2007. Agradecimentos a Marco (que ajudou na gravaçao do segundo take de bateria).
Bateria, baixo, guitarra, gaita e voz por Cesar na garagem de casa (exceto o ja mencionado segundo take de bateria por Marco no quarto dele).
Video captado com uma filmadora portatil por Isabel (no caminho para o supermercado) e montado em casa por Cesar com WMM no notebook (tranquilao na cama lendo Martin Eden). Treviso, fevereiro de 2008.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Top 25 albums 2007, mudança de trabalho etc




Nao posto aqui faz um tempao.
Mal.

O autor mudou de trabalho, saiu do hipermercado e virou porteiro de uma industria de calçados e roupas famosa.
Estava todo contente pois fazia menos horas do que no hipermercado e porque o trabalho em si é muito tranquilo. Na portaria da tal industria bastava apertar botoes (para abrir os portoes) e preencher alguns formularios, e às vezes algum telefonema ou alguma checagem. Ele podia inclusive levar o notebook pro trabalho (na maior parte do tempo ficava sentado)! Ou seja, tranquilidade total, bem diferente do hipermercado, onde ficava sempre em pé por varias horas, parado, espiando as pessoas e empacotando as coisas na entrada.
Acontece que menos de um mes apòs mudar de trabalho apareceu uma oportunidade unica e entao o autor està mudando novamente de trabalho.
Agora vai trabalhar como tradutor e redator, numa agencia publicitaria na provincia de Veneza. Vai ser o responsavel pela versao em portugues (e posteriormente também pela gestao) do site de uma das empresas coligadas.
Ah, além disso tudo o autor continua com os dois grupos de lingua portuguesa do Brasil, um numa industria metalmecanica (que tem uma filial em Curitiba) e outro justamente na agencia publicitaria onde agora ele vai começar full-time!
Ou seja, imersao total, um outro desafio, novamente.

Mudando de assunto, para as proximas ferias de verao o autor ja decidiu o que vai fazer.
A viagem.
Ele inclusive batizou a viagem assim: Expediçao Cabo Norte.
Serao aproximadamente 20 dias de viagem, uns 15 paìses visitados, mais ou menos 10 mil km percorridos, do Adriatico/Mediterraneo até o Mar Glacial Artico, centenas de km no interior do Circulo Polar Artico.
Tudo isso de carro. Com a ida pela Europa Ocidental e a volta pela Europa Oriental.
Yeah!

De quebra, boto aqui a lista, dos 25 albuns lançados em 2007 de que ele mais gostou, que ele botou no flog dele:
1. L'Aria Misteriosa (Artemoltobuffa)
2. Neon Bible (Arcade Fire)
3. Requiem (Verdena)
4. The Shepherd's Dog (Iron and Wine)
5. Reformation Post TLC (The Fall)
6. Mirrored (Battles)
7. Everybody (The Sea and Cake)
8. Sticking Fingers into Sockets (Los Campesinos!)
9. Idiot Savants (Durutti Column)
10. Beyond (Dinosaur Jr)
11. The Pains of Being Pure at Heart (The Pains of Being Pure at Heart)
12. Strawberry Jam (Animal Collective)
13. New Magnetic Wonder (The Apples In Stereo)
14. In Our Nature (José González)
15. Pianissimo Fortissimo (Perturbazione)
16. They Hurt You Everyday and Rainy Hearts (Sunny Street)
17. We Were Dead Before the Ship Even Sank (Modest Mouse)
18. Tromatic Reflexxions (Von Südenfed)
19. Era Vulgaris (Queens of the Stone Age)
20. Wincing the Night Away (The Shins)
21. In Rainbows (Radiohead)
22. Sound Of Silver (LCD Soundsystem)
23. Myth Takes (!!!)
24. Sky Blue Sky (Wilco)
25. The Flying Club Cup (Beirut)